Triagem
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7/7/2022

Triagem: Por que ela é tão importante na área da saúde?


Embora seja um dos processos mais básicos da área da saúde, a triagem é de extrema importância para que os profissionais possam oferecer um atendimento eficaz para os pacientes.

Essa prática, que surgiu durante a Primeira Guerra Mundial, continua sendo utilizada até os dias de hoje em todos os campos médicos, capaz de otimizar os suportes mais complexos e urgentes.

No entanto, poucas pessoas sabem como essa organização realmente funciona, ou entendem a verdadeira importância de investir em um bom treinamento.

Por isso, nós preparamos um guia especial sobre triagem, o que é, como funciona, quais as principais categorias que existem e porque ela é tão importante para a área da saúde. Confira!


O que é triagem?

Triagem é um processo de separação que determina a prioridade de atendimento e tratamento de pacientes, sempre com base na gravidade da sua condição.

Essa prática é utilizada, principalmente, quando não existem recursos suficientes para tratar todos os pacientes de forma imediata. Por exemplo, quando existem escassez de profissionais, ou durante situações de alta gravidade, como acidentes com múltiplas vítimas.

Nesse caso, é preciso empregar um sistema de seleção para determinar quais os pacientes que precisam de atendimento imediato e de emergência, e quais podem seguir para outras unidades.

O termo original do francês trier, que possui o significado de separação, ou separar. Inclusive, a triagem começou a ser empregada por médicos franceses que prestavam cuidados em hospitais de campanha durante a primeira grande guerra e durante as Guerras Napoleônicas.

Por conta da situação vivenciada nos campos de batalha e os poucos recursos disponíveis, os profissionais precisavam de um método que potencializasse os resultados.

Até então, o tratamento dos feridos era feito com base em avaliações intuitivas, como:

  • maior probabilidade de viver, independente do tratamento;
  • maior probabilidade de morrer, independente do tratamento;
  • podem viver ou morrer, dependendo do tratamento.

No entanto, os médicos franceses passaram a estabelecer um processo racional e sistemática para avaliar cada paciente, e definir prognósticos mais exatos.

Atualmente, a triagem se tornou uma das práticas mais básicas da área da saúde, empregada em todos os campos e de diferentes maneiras.


Qual a importância da triagem?

Basicamente, a triagem tem como objetivo organizar o atendimento aos pacientes, proporcionando um suporte de qualidade e eficiente, mesmo em ambientes de risco ou movimentados.

Por isso, ao determinar a gravidade da situação de cada paciente, os profissionais podem oferecer uma assistência mais objetiva. Isso ajuda a otimizar os procedimentos para atender o maior número possível de pessoas, além de ajudar em casos de emergências instantâneas.

Inclusive, consideramos a triagem no ambiente da saúde como obrigatória em emergências de grandes hospitais e pronto-socorros, por exemplo.

Com a restrição de profissionais e recursos, é importante que os pacientes tenham uma devida avaliação, e não apenas para facilitar o atendimento, mas também para aumentar suas chances de sobrevivência, principalmente se utilizado o recurso da inteligência artificial a favor.

Além disso, esse processo permite que toda a equipe possa administrar a situação de modo eficiente, realizando a divisão correta dos suprimentos e tomando decisões com maior segurança.


Como um sistema de triagem funciona?


Basicamente, o sistema de triagem funciona a partir de classificações de riscos e da gravidade de cada situação. Os profissionais devem avaliar o paciente e realizar um prognóstico rápido a partir de padrões sobre seu quadro clínico aparente.

Dessa forma, ele poderá ser encaminhado para o atendimento correspondente, otimizando o trabalho de diversos profissionais. Cada ambiente pode utilizar um sistema diferente, mas, atualmente, o padrão adotado é a classificação por cores.

Assim, outros médicos e assistentes poderão encontrar o paciente e entender a sua situação a partir da avaliação prévia feita na triagem.

No entanto, é importante ressaltar que essa prática não busca encontrar um diagnóstico completo da situação, apenas identificar quais os riscos e a gravidade do caso, para, então, ser tratado.

Além disso, a triagem deve ser feita por um profissional de nível superior, como um médico ou enfermeiro. Habilidades como boa comunicação e liderança também são importantes na realização desse processo.


Quais os modelos de triagem mais populares?

Com o tempo, a triagem passou por diversas adaptações, para atender as necessidades de cada área da saúde da melhor maneira possível.

Por isso, surgiram diferentes modelos desse procedimento, para cada campo e situação em diferentes segmentos da saúde. 

Conheça alguns dos mais populares:

Triagem hospitalar

A triagem mais conhecida é a hospitalar, realizada em ambientes como hospitais e pronto-socorros. Seu objetivo é determinar a prioridade de cada caso, além de direcioná-los para as alas de tratamento apropriado, de acordo com a urgência médica.

Inclusive, este método costuma ser executado à exaustão em enfermarias com maior movimento ou com recursos limitados, de modo a otimizar os processos feitos no local e que o tempo do profissional se torne menos escasso.

Triagem clínica

Enquanto isso, a triagem clínica é um tipo de processo que consiste na avaliação do estado de saúde do paciente, que vai desde uma triagem de consultório, à análise de candidatos à doação, como órgãos, medula e sangue, por exemplo

Algumas pessoas podem confundir a prática por conta do seu nome, mas ela não ocorre apenas em clínicas, mas também em hospitais, ambulatórios e outros ambientes.

No caso, se trata de uma seleção que avalia os hábitos e comportamentos dos pacientes, mesmo que não estejam em situações de emergência. Assim, a triagem pode adiantar a avaliação de outros profissionais, e otimizar o processo de doação.

Triagem psicológica

Como o nome indica, essa triagem avalia pacientes que buscam atendimentos psicológicos e psiquiátricos, para avaliar seus sintomas, motivações e outras causas.

Inclusive, essa prática pode ocorrer em clínicas públicas, particulares ou atendimentos individuais. Aqui, o objetivo é conhecer o paciente e porque ele buscou aquele tratamento.

Triagem ambulatorial

Um ambulatório realiza serviços de saúde de baixa complexidade e emergência, sem riscos imediatos à vida dos pacientes.

No entanto, também podem realizar a triagem para separar e classificar cada caso, mesmo em consultas de rotina.

Mesmo que não haja situações de urgência, a prática pode ajudar a determinar quais os profissionais indicados para cada tratamento, otimizando os atendimentos no local.


Sobre a triagem de Manchester

Embora cada ambiente tenha a liberdade de realizar o método de triagem que preferir, o padrão atual é a triagem de Manchester. 

Trata-se de um protocolo criado em 1997, que determina um sistema de classificação de riscos em cores. Inclusive, este é um dos métodos mais utilizados em pronto-socorro e hospitais em todo o mundo.

A partir da avaliação inicial do paciente, o médico ou enfermeiro consegue posicionar uma pulseira ou faixa com a cor que indica a gravidade da situação. Inclusive, ela pode ser revelada de maneira direta ao paciente ou inserida em um sistema com inteligência artificial para informar o profissional que assumirá o caso de maneira mais ágil.

Além disso, a triagem de Manchester também criou padrões de checagem de sintomas, como verificação de sinais vitais, temperatura e escala de dor para entender o caso com maior assertividade.

Assim, o próprio procedimento de separação se torna mais simples e rápido, otimizando as avaliações em cinco cores distintas: 

  • Vermelho (emergência): indica risco imediato, o que requer urgência no atendimento;
  • Laranja (muito urgente): paciente com quadro grave, que demanda rápido atendimento;
  • Amarelo (urgente): determina tempo de espera máximo de 60 minutos;
  • Verde (pouco urgente): um caso que precisa de atendimento, mas sem grande urgência. Geralmente, o paciente é encaminhado para um ambulatório;
  • Azul (não urgente): por fim, o paciente não possui sintomas de emergência, e pode aguardar atendimento por ordem de chegada.


Quais as vantagens da triagem?


Incentivar no processo de triagem em seu hospital, clínica ou consultório oferece uma série de vantagens para a sua equipe e seus pacientes. 

Confira algumas das principais:

Atendimento agilizado

O maior benefício da triagem é proporcionar um atendimento agilizado, em qualquer situação, seja de emergência ou não.

Isso porque os profissionais poderão encaminhar cada paciente para o tratamento mais indicado, otimizando o trabalho de outras equipes, além de reconhecer os casos de sua competência com maior rapidez e eficiência.

Com isso, todos os procedimentos do local acabam sendo aprimorados, permitindo que os pacientes mais graves sejam atendidos o quanto antes.

Foco na prioridade

Em alguns ambientes muito movimentados, ou situações de maior emergência, pode ser difícil identificar os casos de prioridade sem uma triagem apropriada.

Isso pode prejudicar o atendimento e também a saúde dos pacientes mais graves.

Entretanto, com uma prática eficiente, é possível focar nas situações de emergência, e identificar as pessoas que necessitam de atenção imediata.

Otimização de tempo

No passado, mesmo os diagnósticos mais rápidos levavam tempo e recursos dos profissionais.

Agora, a triagem permite otimizar o tempo de atendimento, agilizando os tratamentos e diminuindo a espera dos pacientes.

Embora essa prática não ofereça um diagnóstico completo, ela pode encaminhar o caso para o médico responsável, sem perder tempo entre avaliações.

Isso é essencial para aumentar as chances de sucesso nos tratamentos iniciais.

Processos organizados

Os padrões e protocolos da triagem são organizados e sistemáticos, proporcionando um controle mais efetivo da situação.

Inclusive, existem cartilhas oficiais da Agência Nacional de Saúde (ANS) com orientações sobre como realizar esse procedimento.

Não apenas os médicos podem oferecer um atendimento mais ordenado, como outros profissionais também se beneficiam.

Por exemplo, assistentes e enfermeiros podem fazer as fichas dos pacientes de maneira mais coordenada, de acordo com a avaliação da triagem.

Possibilidade de salvar mais vidas

Por fim, a triagem é uma prática que surgiu durante a guerra, justamente para salvar mais vidas.

Hoje, esse sistema pode otimizar o tempo e o tratamento nos ambientes de saúde, permitindo que os pacientes mais graves ganhem prioridade, e sejam atendidos rapidamente.

Dessa forma, é possível aumentar as chances de sucesso, e, com isso, salvar mais vidas.


Vale a pena investir em uma triagem para o seu consultório ou hospital?

Conhecer como funciona o sistema de triagem é fundamental para qualquer pessoa.

Afinal, para o profissional da saúde, este é um procedimento obrigatório, já que além de otimizar os tratamentos e agilizar o atendimento, é possível salvar vidas que dependem de cada segundo em um hospital ou pronto socorro.

Além disso, a triagem oferece inúmeros benefícios para quem visa ter um processo otimizado e contar com a tecnologia à favor do ambiente, inclusive na organização dos casos e urgências médicas.

Assim, podemos garantir que vale a pena investir em um bom sistema de triagem para o seu hospital, além de treinamentos eficientes, que podem fazer toda a diferença no seu serviço.


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