Triagem de Manchester: O que é e sua importância para a saúde
Até os dias de hoje, a Triagem de Manchester ainda é um dos principais protocolos utilizados no atendimento de pacientes de emergência, podendo salvar vidas.
Durante uma situação de urgência, os profissionais podem não ter tempo para atender todos os pacientes no ambulatório ou na clínica.
No entanto, utilizar um sistema de triagem em cores é uma maneira eficiente de priorizar os casos mais graves, além de otimizar os trabalhos de outros colaboradores que também atuam em busca do melhor atendimento.
Por isso, se você possui uma clínica ou trabalha no setor de saúde, é essencial conhecer mais sobre a Triagem de Manchester e como ela funciona.
Para te ajudar a conhecer mais sobre o assunto, nós preparamos um guia especial, com mais detalhes sobre o que é, como funciona e quais os benefícios desse protocolo usado em todo o mundo.
O que é a triagem de Manchester?
A Triagem de Manchester é um protocolo de seleção de pacientes que baseia o nível de urgência por um código de cores.
Essa metodologia surgiu em 1997, na cidade de Manchester, na Inglaterra, e não demorou até que se tornasse um sistema global, por conta da sua eficiência.
No entanto, esse estilo de triagem chegou ao Brasil apenas em 2008, na tentativa de reduzir as filas em hospitais e possíveis perdas de pacientes que se encontravam em estados mais graves.
O protocolo de Manchester funciona a partir de um código de cinco cores, anexadas às pulseiras de identificação dos pacientes.
Dessa forma, os profissionais poderão saber quais os casos que precisam de atenção mais urgentemente e os que podem aguardar até que outros colaboradores cheguem.
Muitas pessoas podem pensar que esse código tem uso somente em situações de emergência, como acidentes.
Entretanto, essa forma de triagem pode ser útil em todas as clínicas e hospitais, mesmo que não existam classificações de risco.
Importância da triagem de Manchester na saúde
A triagem de Manchester se tornou essencial para otimizar os atendimentos em centros de saúde, podendo reduzir as chances de perdas graves em situações de risco.
Esse protocolo permitiu que os profissionais pudessem realizar suas funções com maior eficácia, potencializando seu tempo. Mesmo que sejam por apenas alguns segundos, pode ser o suficiente para fazer a diferença.
Além disso, essa classificação também funciona com um filtro de atendimento, evitando a superlotação em hospitais e ambulatórios, pois os pacientes recebem o devido encaminhamento.
Ainda, o protocolo de Manchester se tornou uma alternativa eficiente para reduzir o nervosismo e ansiedade de pacientes que esperam pelo atendimento, sobretudo em situações mais sensíveis.
Vale a pena mencionar, também, que esse sistema de triagem permitiu a criação de um padrão no atendimento hospitalar, tornando-o muito mais organizado e dinâmico.
Com ele, todos os colaboradores podem trocar informações, mesmo que não-verbalmente, otimizando o tempo de serviço de maneira considerável.
Em resumo, o protocolo de Manchester é um sistema de extrema importância para a classificação e atendimento eficaz dos pacientes.
Como funciona a triagem de Manchester
A triagem de Manchester funciona com um código de cores, onde cada cor representa um estado do paciente.
Desse modo, as cores são fixadas em suas pulseiras de identificação e, em algumas ocasiões, até mesmo nos prontuários e laudos médicos. Isso permite que outros profissionais identifiquem a situação e possam seguir com o atendimento da melhor forma possível.
Além disso, a triagem de Manchester também criou padrões de checagem de sintomas, que verificam os sinais vitais, a temperatura e a escala de dor, por exemplo, possibilitando um tratamento mais assertivo e mais rápido.
Confira as definições de cada cor e como elas são interpretadas:
Vermelho
O vermelho representa os casos de urgência máxima, com risco de morte.
Dessa forma, o paciente não pode aguardar nem mais um minuto até receber o tratamento adequado, sendo prioridade máxima da equipe médica.
Geralmente, a cor vermelha está mais presente em situações de emergência, como acidentes, onde existem feridos graves que precisam de atenção imediata.
Ainda, é comum que os pacientes classificados como vermelho recebam ajuda imediata, de modo que os profissionais nem se dirijam a outro paciente até oferecer atendimento.
Laranja
Enquanto isso, na triagem de Manchester, o laranja determina casos muito graves, cuja espera de atendimento não pode ser superior a 10 minutos.
Dessa forma, a situação do paciente é extremamente grave, também com grandes riscos para sua vida. No entanto, o profissional tem a liberdade de localizar ajuda e chamar outras equipes para atender o caso também.
O rápido atendimento é essencial para essas situações, garantindo que o paciente tenha as melhores chances.
Amarelo
Casos classificados como amarelo na triagem de Manchester representam um nível intermediário de gravidade.
O tempo de espera por atendimento não pode ser maior do que 50 minutos, indicando uma emergência moderada.
Nesse caso, o paciente pode esperar até que outros profissionais venham atendê-lo, mas sua situação não pode ser menosprezada, também apresentando alguns riscos.
A cor também faz parte de outras rotinas, não apenas em momentos de emergência, como na classificação de prontuários em hospitais ou ambulatórios.
Verde
A cor verde indica pacientes pouco urgentes, que podem esperar até 120 minutos para receber atendimento.
Geralmente, pacientes classificados nessa categoria costumam seguir para outros centros de saúde para receberem os tratamentos apropriados de outras equipes.
É indicado que sua situação seja tratada o quanto antes, mas não existem riscos muito graves para a vida do paciente.
Azul
Por fim, na triagem de Manchester, a cor azul indica casos não-graves, que podem aguardar atendimento em até 240 minutos.
Trata-se de situações que não oferecem riscos à vida e à saúde, além do encaminhamento para outros centros ser mais fácil.
Além disso, caso o problema não seja resolvido no hospital ou clínica, é possível procurar atendimento em outro horário, sem prejudicar a situação.
Onde se costuma usar a triagem de Manchester?
Em um primeiro momento, a triagem de Manchester está mais presente no departamento de atendimento de urgência e emergência.
Isso inclui, por exemplo, hospitais de trauma ou aqueles que realizam resgates em geral, tendo que lidar com pacientes em situação de extrema gravidade.
Além disso, esse protocolo também é comum em situações externas, como atendimento no local de acidentes.
No entanto, a triagem de Manchester também está presente em unidades básicas de saúde, ambulatórios, clínicas e até mesmo laboratórios.
Quem pode fazer uso do protocolo de Manchester?
O Conselho Federal de Medicina (CFM) determina, por meio da sua legislação atual, que cabe à equipe de enfermagem determinar os profissionais responsáveis pela triagem de Manchester em situações de necessidade ou na unidade em questão.
Dessa forma, é necessário que o profissional seja habilitado e devidamente formado para poder executar as classificações do protocolo.
Além disso, é importante seguir as determinações do Conselho Federal de Enfermagem, para que o responsável esteja devidamente capacitado para essa função.
Ainda, é fundamental que o profissional que realiza a triagem de Manchester tenha características como agilidade e boa comunicação para otimizar o processo.
Enquanto isso, outras equipes médicas também podem usar o protocolo em seus atendimentos, mas apenas para suporte e realização de atendimentos conforme necessidade.
Benefícios da triagem de Manchester
Além de ser uma prática extremamente importante para a área da saúde, a triagem de Manchester também conta com diversos benefícios. Confira alguns dos principais:
Atendimento agilizado
Com esse protocolo, os profissionais podem oferecer um atendimento mais agilizado, sem perder tempo na avaliação individual de cada paciente.
Isso também pode otimizar as etapas posteriores, tornando o atendimento geral muito mais rápido e dinâmico.
Priorização de casos
Com a triagem de Manchester, os profissionais podem priorizar os casos mais graves, dando a devida atenção para pacientes em situações de emergência.
Desse modo, diminui-se os riscos que os pacientes correm, além de permitir que os médicos e enfermeiros possam direcionar sua atenção para onde for necessário.
Otimização de tempo no atendimento
Esse protocolo é fundamental para otimizar o tempo durante os atendimentos.
Isso porque o responsável realiza a triagem e permite que os demais colaboradores entendam o caso antes mesmo de iniciar o processo.
Assim, eles poderão fazer um atendimento mais rápido e otimizado, de acordo com as necessidades informadas pela classificação visual.
Previsão de atendimento
Outro benefício da triagem de Manchester é a previsão de atendimento, uma vez que cada cor conta com um tempo máximo de espera.
Dessa forma, os pacientes podem ser tranquilizados, além de saber, aproximadamente, quanto tempo precisarão aguardar atendimento.
Além disso, os profissionais também poderão se organizar com base nessas estimativas.
Segurança para o paciente e para a instituição
Por fim, a triagem de Manchester possibilita um ambiente mais seguro para os pacientes, para os profissionais e para a instituição.
Os médicos poderão priorizar os casos mais graves, reduzindo as chances de prejuízos, enquanto outros pacientes podem entender a classificação de risco e permitir que as equipes atuem.
Enquanto isso, a instituição também protege os pacientes e suas equipes por meio de um código que ajuda na comunicação coletiva.
O uso do Protocolo de Manchester é obrigatório?
O processo de classificação de pacientes em hospitais e ambulatórios já é obrigatório em diversos locais e, embora a triagem de Manchester não seja uma determinação oficial, trata-se do método mais popular e eficiente.
Com esse protocolo, os pacientes poderão receber os devidos tratamentos de maneira assertiva, além de ser uma forma de comunicação entre as equipes médicas que atendem todos os casos.
Dessa forma, utilizar a triagem de Manchester é indicado não apenas para agilizar os atendimentos, como também para trazer mais segurança e organização para o centro de saúde.
Por isso, vale a pena conhecer mais sobre essa classificação e aplicá-la no dia a dia da sua clínica para aproveitar os benefícios de um sistema eficiente e prático.