Teleconsulta: O seu guia completo sobre o recurso na telemedicina!
A teleconsulta é um dos principais recursos da telemedicina, e pode oferecer inúmeros benefícios para o paciente e para a sua clínica.
No entanto, ainda existem muitas dúvidas sobre como essa ferramenta funciona, quais suas vantagens e se existe regulamentação válida no Brasil.
Esses questionamentos podem impedir que os profissionais utilizem o recurso durante os atendimentos, perdendo oportunidades de otimizar e ampliar seus serviços.
Por isso, é fundamental conhecer mais sobre a teleconsulta, para empregá-la corretamente e com confiança no dia a dia. E para te ajudar, nós preparamos um guia completo sobre a ferramenta, com tudo que você precisa saber antes de investir nessa tecnologia!
O que é uma teleconsulta?
Teleconsulta é uma modalidade de atendimento médico realizado à distância, com o auxílio de equipamentos de tecnologia e comunicação.
O termo está se tornando popular na área da saúde, por ser um dos principais recursos da telemedicina moderna.
Basicamente, a teleconsulta funciona como uma consulta presencial comum. O profissional atende o paciente, realiza sua avaliação, coleta dados clínicos e pode executar uma série de outros procedimentos remotos, como:
- Diagnóstico;
- Elaboração de laudos médicos;
- Acompanhamento de tratamento;
- Orientações e encaminhamentos para especialistas.
No entanto, essas e outras operações acontecem de maneira digital, por meio de plataformas e softwares especializados nesse ramo.
Além disso, não são todos os atendimentos e áreas que realizam a teleconsulta. Por enquanto, apenas algumas modalidades adotaram esse sistema, como:
- Radiologia;
- Dermatologia;
- Psicologia;
- Neurologia.
Embora não sejam todos os processos que possam ser feitos de forma remota, a teleconsulta já prova ser uma tecnologia promissora para o futuro da medicina.
A teleconsulta está autorizada pelo CFM?
Apesar dos benefícios, os profissionais possuem apenas uma autorização temporária do Conselho Federal de Medicina (CFM) para utilizar a teleconsulta no Brasil.
A ferramenta gera discussões no ambiente clínico, e especialistas dividem opiniões quanto à prática, embora ela já seja popular em outros países.
Inicialmente, em 2019, a teleconsulta chegou a receber a aprovação do CFM para operar. No entanto, a decisão foi revogada após pressão dos conselhos regionais, e a pauta ainda está em discussão.
Entretanto, o Conselho Federal de Medicina abriu uma exceção para a prática durante a pandemia mundial de coronavírus, iniciada em 2020.
Diante do cenário global e das medidas impostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com o intuito de aplacar as consequências do vírus, o CFM concordou em liberar a teleconsulta para alguns casos específicos.
Dessa forma, os profissionais poderiam continuar seus atendimentos de maneira segura e protegida, além de auxiliar o sistema de saúde, já sobrecarregado.
Assim, em março de 2020, o ministro da saúde e o CFM assinaram a portaria n° 467/2020, autorizando o uso da teleconsulta em caráter excepcional, apenas para as atividades de:
- Orientação: para realizar o encaminhamento de pacientes;
- Monitoramento: para supervisionar pacientes à distância;
- Interconsulta: para troca de informações com outros profissionais.
Além dessas exceções, a teleconsulta ainda não possui regulamentação oficial pelo CFM.
Por que a teleconsulta tem se tornado tão importante?
A teleconsulta é um dos recursos que mais oferecem benefícios para os profissionais e para os pacientes. Por esse motivo, a discussão sobre sua utilização ainda está em pauta, e mais movimentada do que nunca.
Para os pacientes, essa modalidade representa a praticidade do atendimento em qualquer lugar, de maneira mais rápida e prática.
Além disso, existe a possibilidade de fornecer serviços de saúde para áreas remotas, e atender pessoas que não teriam acesso a esses procedimentos de maneira presencial.
Enquanto isso, a teleconsulta permite que os profissionais atendam mais pessoas, e tornem suas rotinas mais ágeis e otimizadas.
Também é possível tornar os processos mais integrados e seguros, com acesso remoto à uma série de dados eletrônicos, além do histórico do paciente e exames com maior qualidade.
Diversos procedimentos da medicina já estão utilizando sistemas digitais para potencializar seus resultados.
Com isso, a expectativa é que a telemedicina se torne cada vez mais presente, e, com ela, a teleconsulta.
Cenário da teleconsulta no Brasil
Após a revogação da autorização da teleconsulta no Brasil, em 2019, o Conselho Federal de Medicina e os conselhos regionais continuam em discussão sobre o tema.
No entanto, ainda não existem previsões para a regulação total dessa prática, embora diversos hospitais e clínicas já realizem procedimentos semelhantes, como reuniões virtuais e assistência entre especialistas.
Com exceção da portaria extraordinária por conta da pandemia de Covid-19, a teleconsulta e outras práticas semelhantes são restritas.
Isso porque a resolução n° 1643/2002 do CFM proíbe consultas médicas por telefone ou internet, feitas diretamente entre médicos e pacientes.
No entanto, o cenário começou a se transformar em 2017, quando o parecer n° 14/2017 do Conselho Federal passou a autorizar o uso de aplicativos e plataformas de comunicação entre médicos e pacientes, desde que já tenha ocorrido o atendimento presencial.
Além disso, profissionais da saúde também foram autorizados a usar essas plataformas para reuniões, assistências e dúvidas.
Com essa permissão, diversas clínicas já passaram a adotar a tecnologia para otimizar seus atendimentos.
Por exemplo, com o sistema de agendamento de consultas via Whatsapp, ou uso da plataforma para dúvidas pontuais dos pacientes.
Isso indica que a teleconsulta pode ser uma realidade no Brasil, especialmente por conta de pesquisas em andamento.
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul se tornou referência em telessaúde ao atender mais de 100 mil pessoas que aguardavam na fila do SUS.
Enquanto isso, outros centros de saúde também estão testando a ferramenta, como o Hospital Israelita Albert Einstein, que permite que seus médicos e residentes interajam com outros especialistas por meios de comunicação à distância.
Assim, o cenário da teleconsulta no Brasil pode ser positivo, e as novas mudanças são promissoras nesse ramo.
Diferença entre telemedicina e teleconsulta
A principal diferença entre telemedicina e teleconsulta é a área de alcance de cada um dos serviços.
É comum que algumas pessoas confundam os conceitos, principalmente por estarem diretamente relacionados.
No entanto, eles possuem significados diferentes, e é importante pontuá-los.
A princípio, a teleconsulta, também conhecida como consulta remota, é uma ferramenta que permite o atendimento à distância.
Basicamente, trata-se de um dos recursos que a telemedicina oferece.
Enquanto isso, a telemedicina não é apenas uma ferramenta, mas sim uma área inteira de abrangência. Como o próprio CFM define, trata-se do “exercício da Medicina por meio da utilização de metodologias interativas de comunicação audiovisual e de dados, com o objetivo de assistência, educação e pesquisa em Saúde”.
Nesse caso, a telemedicina envolve todo um domínio de práticas e procedimentos remotos, que inclui a teleconsulta.
Benefícios da teleconsulta
Por fim, depois de conhecer mais sobre a teleconsulta, vale a pena conferir alguns dos principais benefícios desse recurso, e o que ele pode oferecer para os pacientes e para as clínicas:
Acessibilidade à saúde
De fato, uma das principais vantagens da teleconsulta, e também uma das mais importantes, é a acessibilidade que ela proporciona.
Graças a essa modalidade, pacientes que moram em regiões distantes, por exemplo, ou que não possuem acesso a serviços de saúde, podem ser atendidos sem dificuldades.
Além de levar acessibilidade a essas regiões, a teleconsulta também é mais prática e fácil de ser utilizada, mesmo por pacientes de áreas comuns.
Afinal, é possível se consultar de onde estiver, com praticidade e conforto.
Diagnósticos precisos
O uso da teleconsulta implica no investimento em diversas plataformas e sistemas automatizados, com tecnologia de ponta.
Esses equipamentos também ajudam em um diagnóstico mais preciso e assertivo por parte dos profissionais.
Isso porque exames e outras informações estarão mais acessíveis, com maior qualidade e riqueza de detalhes.
Dessa forma, o especialista poderá fazer uma avaliação mais completa e precisa, proporcionando um diagnóstico melhor.
Redução de custos
Realizar consultas em hospitais ou clínicas geram uma série de gastos para o local. Não apenas por conta do profissional, mas também recursos e equipamentos necessários para manter a operação.
No entanto, a teleconsulta dispensa a necessidade desses gastos, tornando o procedimento mais em conta para todos os envolvidos.
Informações mais seguras
Para que a teleconsulta seja possível, também existem diversos padrões e protocolos que garantem a segurança dos dados dos pacientes.
Os profissionais devem utilizar sistemas de armazenamento em nuvem, cadastros únicos para acessar o banco de dados e contam com sistemas criptografados para transferir essas informações.
Dessa forma, os dados se tornam menos acessíveis a terceiros, com menos chances de danos ou furtos.
Centralização de dados
Além disso, outro benefício da teleconsulta é a centralização desses dados.
Por meio dos sistemas utilizados, o especialista poderá acessar todas as informações do paciente em um único lugar.
Por exemplo, seu prontuário médico, histórico, consultas anteriores, exames e outros diagnósticos.
Isso permitirá uma consulta mais direcionada e eficiente, além de permitir que o médico conheça melhor o paciente, e tenha acesso a tudo que precisa com maior rapidez.
Quando vale a pena implantar a teleconsulta no consultório?
Infelizmente, a teleconsulta ainda não está disponível para utilização recorrente no dia a dia.
No entanto, já existem algumas exceções, e vale a pena investir nesse sistema o quanto antes.
Por exemplo, na automatização do agendamento de consultas, ou suporte médico por aplicativos de mensagem.
Embora não atenda ao processo integral de teleconsulta, essas pequenas práticas podem fazer a diferença na sua clínica.
Além disso, o cenário da medicina está em constante mudança, e novas tecnologias como a consulta remota se tornarão fundamentais no futuro dos atendimentos clínicos.
Assim, se você deseja manter sua clínica atualizada, e se preparar para as novas formas de consulta, é fundamental investir nesse recurso e implantá-lo na sua rotina.