Medicina
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14/1/2023

Você sabe qual é a importância da Interoperabilidade na saúde?

A interoperabilidade na saúde é uma das principais tendências para os próximos anos, e gestores de hospitais que desejam acompanhar essa movimentação devem conhecer a importância desse conceito.

Embora já esteja sendo aplicado em outros setores, a proposta de padronização chegou na medicina recentemente. No entanto, os benefícios que ela propõe são interessantes para os centros de atendimento.

Com a possibilidade de otimizar o atendimento dos pacientes e reduzir as taxas de perda de documentos em transferências, essa solução se torna cada vez mais popular e acessível.

Assim, vale a pena entender o que é a interoperabilidade na saúde e qual a sua importância para as instituições de saúde. Veja essas e outras informações no conteúdo que preparamos sobre o assunto.

O que é interoperabilidade na saúde?

A interoperabilidade na saúde é o conceito que trata da capacidade dos sistemas se comunicarem e trabalharem simultaneamente com transparência e eficácia, mesmo que sejam plataformas distintas.

Nesse caso, essa prática é aplicada em vários setores, mas o foco na medicina se refere a  rotinas que envolvem a transmissão de dados entre profissionais, pacientes e instituições.

Diversos centros de atendimento, hospitais e unidades de saúde possuem plataformas que auxiliam na realização das suas atividades, desde tarefas simples, como agendamentos, até armazenamento de exames.

No entanto, nem todos esses sistemas são desenvolvidos com os mesmos fornecedores, e as instituições possuem programas diferentes.

Diante desse cenário, surge a necessidade de implementar a interoperabilidade na saúde, para que as plataformas se comuniquem adequadamente, mesmo com códigos-fonte distintos.

Isso é possível por meio da criação de padrões que permitem a comunicação integrada entre várias plataformas, independente da sua origem.

Qual a importância da interoperabilidade na saúde?

A interoperabilidade na saúde é importante para criar fluxos operacionais integrados entre diferentes centros de atendimento sem prejudicar as informações, usuários e pacientes.

A transformação digital permite que os hospitais modernizem cada vez mais sua estrutura interna e externa. Entretanto, esses centros não atuam de maneira independente, pois existe a necessidade de comunicação entre profissionais e outros setores.

Por exemplo, clínicas de radiologia precisam enviar os resultados de exames de imagem para o médico responsável pelo caso em outra instituição.

Isso significa que seus sistemas precisam estar interoperáveis, ou os documentos podem ser corrompidos, comprometendo a experiência do paciente.

Assim, essa prática se tornou fundamental na medicina, especialmente com a evolução das ferramentas de comunicação e exames na atualidade.

Como funciona a interoperabilidade na saúde?

A interoperabilidade na saúde funciona por meio de padrões de informações e documentos, permitindo que as plataformas se comuniquem com transparência.

Implementar o mesmo código ou desenvolvimento de programas em todos os fornecedores é impossível, de modo que a solução implica no alinhamento das extensões dos dados.

Cada documento, relatório e imagem é emitido em um formato. Nesse caso, todas as plataformas são criadas para aceitar os mesmos formatos, eliminando a possibilidade de arquivos corrompidos.

Assim, mesmo que uma instituição utilize um sistema diferente de outra, elas podem se comunicar e transferir informações com segurança, pois os documentos seguem o mesmo padrão.

Além disso, é importante reforçar que a interoperabilidade das plataformas de saúde não é uma funcionalidade implementada durante a programação de um software, por exemplo, e sim um conceito que preza pela unificação das extensões para leitura em qualquer programa.

Por que fazer uso da interoperabilidade na saúde?

Recorrer à interoperabilidade na saúde é uma forma de garantir que as informações do paciente possam acompanhá-lo com segurança e transparência em qualquer lugar.

Independente do setor ou do profissional que emitiu os dados, será possível transmiti-los para outra localidade, oferecendo o melhor serviço possível por meio de acesso integral aos dados mais importantes.

Além disso, existem consequências secundárias positivas para os hospitais, como economia de custos. Uma vez que os documentos seguem um padrão, não é necessário investir em ferramentas de conversão ou leitura, por exemplo. Afinal, todos os sistemas são compatíveis.

Ainda, será possível receber o paciente e consultar todo seu histórico sem ter gastos com novos exames, pois os exames, imagens e laudos médicos estão disponíveis em qualquer sistema.

Com um atendimento de qualidade, a reputação da instituição também aumenta, resultando em maior credibilidade no mercado.

Padronização de dados

Para possibilitar a interoperabilidade na saúde, foi preciso adotar uma padronização de dados para as principais atividades da área. Veja alguns dos formatos mais utilizados atualmente, que permitem a comunicação integrada entre sistemas.

Tecnologia TiSS

A Troca de Informações na Saúde Suplementar (TISS) é um padrão obrigatório para a troca de dados sobre beneficiários de planos entre os agentes da Saúde Suplementar, os responsáveis e operadoras desses serviços.

Dessa forma, tornou-se possível unificar as ações administrativas entre empresas de plano de saúde, pois todas as informações seguem o mesmo formato.

Ainda, otimizou a avaliação e acompanhamento financeiro de cada participante, organizando os registros médicos, inclusive para acesso externo.

Essa padrão possibilita a interoperabilidade entre sistemas de informação usados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar e pelo Ministério da Saúde. Ainda, também diminui a diferença entre os documentos que cada seguradora de planos privados possui em seus servidores.

RIS

Enquanto isso, outro padrão que contribui para a interoperabilidade na saúde é o sistema RIS, sigla para Radiology Information System, ou Sistema de Informação de Radiologia..

Na prática, é o sistema que uniformiza a troca de dados e gerenciamento de informações no setor de radiologia.

Esse é um dos principais departamentos que exigem essa adaptação, pois são responsáveis pela emissão de exames de imagem, com dados relevantes para diagnósticos.

Além disso, a padronização auxilia na gestão de pacientes e agendamento de consultas, inclusive em comunicação com outras instituições parceiras.

Dessa forma, qualquer sistema que seja compatível com o RIS permite avaliar e receber documentos, imagens e laudos sem comprometer ou corromper sua autenticidade.

HIS

O padrão HIS também segue a mesma premissa. A sigla representa “Hospital Information System”, ou Sistema de Informações Hospitalares.

Como o nome sugere, é uma forma de integrar diferentes bancos de dados de hospitais, para que profissionais e colaboradores acessem as informações com mais facilidade.

Isso não apenas permite a interoperabilidade na saúde externa, mas também interna, pois todas as equipes podem encontrar os dados com mais rapidez no sistema.

Usualmente, esse padrão acompanha outras ferramentas instalados em hospitais, de modo que existe a possibilidade de optar pela plataforma de preferência e manter a transparência e praticidade no compartilhamento de dados.

PACs

Ainda, o PACS é a sigla para Picture Archiving and Communication System, ou Sistema de Comunicação e Arquivamento de Imagens, o padrão oficial para tratamento de exames de imagem.

Esse sistema permite que os diagnósticos que utilizam esse formato possam se comunicar sem comprometer a qualidade dos arquivos ou a sua visualização.

Além disso, permite um compartilhamento seguro e prático, pois utiliza o mesmo servidor, mesmo que usado por sistemas diferentes.

Dessa forma, qualquer profissional habilitado pode acessar o banco de dados e fazer o download dos exames de imagem em sua própria plataforma, inclusive com programas convencionais, que são compatíveis.

A intenção é tornar os softwares interoperáveis no acesso de laudos e diagnósticos propostos por imagens, um dos formatos que mais apresentavam divergências.

Assim, é possível integrar não apenas o acesso, mas também as soluções de diferentes especialistas e programas.

Quais os principais desafios da interoperabilidade na saúde?

Embora a interoperabilidade na saúde seja um conceito em operação, existem alguns desafios enfrentados, especialmente pela padronização de determinadas atividades.

Isso acontece porque as informações médicas são complexas, e mesmo laudos e relatórios simples dependem de uma interpretação de contexto para serem devidamente compreendidos.

Ainda, muitos profissionais possuem seus próprios formatos, dificultando para os fabricantes tornarem as plataformas compatíveis com todos os modos de trabalho.

Nesse caso, o desafio está na padronização de vocabulário e semântica médica, o próximo passo para implementar tecnologias como inteligência artificial no diagnóstico e leitura de laudos, por exemplo.

Além disso, novos protocolos de segurança da informação estão surgindo, a fim de proteger dados sensíveis dos pacientes. Assim, é preciso que os softwares modernizem seus padrões para atender à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Vale a pena investir na interoperabilidade na saúde?

A interoperabilidade na saúde não é apenas um diferencial, como também se tornou uma necessidade para as instituições. Por isso, vale a pena investir nesse conceito no seu hospital.

Sem essa implementação, torna-se mais difícil se comunicar com outros setores e centros de atendimento, além de colocar em risco a autenticidade dos documentos, corrompidos no processo de conversão para softwares não compatíveis.

Além disso, ter sistemas de comunicação transparente ajuda a reduzir custos com novos exames e agiliza o atendimento dos pacientes, essencial para fornecer a melhor experiência possível.

Assim, é importante que o seu hospital invista na interoperabilidade na saúde, que já está em prática e será uma das principais tendências para o futuro.